Segundo uma estimativa existem entre 2,2 e 3,8 milhões de espécies de fungos – e mais de 90% deles ainda não estão catalogados.
Mas micologistas (como são conhecidos os cientistas dos fungos) ganham um grande impulso com um mundo surpreendentemente sofisticado de amadores – tanto aqueles que saem pelas florestas observando espécies estranhas, quanto aqueles que ajudaram a construir uma comunidade que liga os amadores aos profissionais.
Às vezes, os amadores fazem descobertas impressionantes.
Conheça a história de Taylor Lockwood, um entusiasta dos fungos e fotógrafo profissional de 74 anos, uma verdadeira história de amor pelos cogumelos.
Começou em 1984, enquanto morava na costa de Mendocino, na Califórnia.
“Do lado de fora da minha cabana tinham lindos cogumelos”, diz ele. “E foi como se esses cogumelos olhassem para mim e dissessem: Taylor, saia e diga ao mundo como somos lindos. E eu disse, OK, eu farei isso.”
Ele então comprou equipamentos fotográficos e se apaixonou por fotografar cogumelos. Uma de suas imagens está estampada em um selo postal.
Sua paixão pela fotografia de fungos o levou ao redor do mundo.
O que ele encontrou e fotografou não tem apenas interesse artístico.
Ele, como muitos caçadores amadores de cogumelos, trabalha simbioticamente com os micologistas em universidades e laboratórios.
Há alguns anos, ele se deparou com algo que nunca tinha visto antes: um fungo que parecia dedos minúsculos usando luvas esbranquiçadas.
Ele postou essa foto em um site chamado mushroomoberver.org, onde especialistas profissionais e amadores em fungos se encontram para coletar informações e o site já abriga milhões de imagens de todo o mundo.
Atualmente não é o único – inaturalist.org também cataloga milhões de imagens de fungos, junto com registros de muitos outros ramos da árvore da vida.
Estas não são apenas fotos bonitas, mas um recurso científico valioso.
Existem muito mais amadores do que profissionais e os profissionais muitas vezes acabam contando com a ajuda de amadores.
Fungos não são como plantas, já que não surgem na mesma época todos os anos, então às vezes pode levar décadas entre o momento em que um fungo aparece.
A arte de Taylor envolve não apenas fotografar um cogumelo ao longo do tempo criando uma timelapse, mas também colocar sua câmera em movimento para criar vídeos sobrenaturais.
Em seu acampamento, ele monta uma pista feita de cano de PVC e coloca uma plataforma motorizada de madeira para a câmera no topo.
É tudo feito à mão e ele ainda conecta o motor a um circuito que ele construiu para que a plataforma se mova mais devagar do que um caracol, enquanto a câmera está configurada para tirar uma foto a cada seis segundos.
Este é um teste para experimentar um novo equipamento que ele construiu. Pode demorar semanas ou até meses antes que ele encontre o fungo perfeito para filmar, mas aos 74 anos ele é um homem paciente e feliz por estar na floresta, fazendo descobertas e belas imagens.
“Eu amo a ciência, mas sou um artista de coração”, diz ele. “Eu adoro fazer isso e adoro encontrar lindos cogumelos.”